O mundo ficou
chocado com os atentados terroristas que atingiram Paris no último dia 13 de
novembro, levando dor e sofrimento para as famílias que tiveram parentes mortos
durante os ataques.
No entanto, uma família conseguiu respirar aliviada mesmo
depois de ficar sabendo que seu parente tinha, supostamente, falecido.
Natural da
Espanha, Alberto Pardo (33 anos) se surpreendeu quando entrou no Facebook no
último dia 15 de novembro e se deparou com uma centena de mensagens de
condolências e pêsames. “Nós vamos sempre lembrar de você”, dizia a
maioria dos recados deixados na página do espanhol. Em 2012 ele havia saído de
sua casa, em Pontevedra, no noroeste da Espanha, fugindo da crise social e
política da sua terra natal. Foi pedalando até Limoges, na França, onde
permaneceu por algum tempo, antes de se mudar definitivamente para Estrasburgo,
onde encontrou uma namorada e passou a trabalhar como tradutor em um navio de
turismo.
A grande
confusão se deu quando as autoridades francesas incluíram o nome de Alberto
Pardo Touceda na lista oficial de mortos durante os atentados da
sexta-feira 13. A imprensa espanhola deu enfoque ao conterrâneo que
supostamente havia sido assassinado nos ataques, e não demorou muito para que
seus familiares ficassem apavorados.
Um dos
parentes de Alberto ouviu a notícia em uma rádio local, e ligou rapidamente
para a mãe do rapaz, Pilar Touceda. Ela ainda não sabia de nada, e
inclusive disse, quando indagada, que seu filho estava bem, vivendo em
Estrasburgo, não em Paris. Então, a familiar decidiu não contar por telefone a
triste notícia.
Mas Pilar foi
surpreendida por dois agentes que se apresentaram na porta de seu apartamento,
comunicando a morte de seu filho Alberto. De acordo com eles, o rapaz estava
assistindo ao show da banda Eagles of Death Metal,
na casa de shows Bataclan. Não demorou muito para que parentes e
amigos começassem a ficar sabendo do suposto falecimento.
Alberto não
era um usuário ativo do Facebook, mas no dia 15, a rede social serviu para que
ele informasse sua família de que estava vivo. Depois de ver as mensagens de
conforto, o rapaz publicou (traduzindo para o português):
“Sei lá… Eu estou
me vendo e acho que estou vivo… Mas se vocês continuarem
escrevendo coisas tãos bonitas sobre mim talvez eu tenha de morrer
para não deixá-los mal”.
Nos
comentários, ele complementou: “Puxa, como é difícil desmentir a própria morte.
Pensei em alguma brincadeira que pudesse fazer para marcar esse momento para
sempre, mas acho que livrá-los dessa sensação de merd* é
prioridade”. Uma de suas primas leu a mensagem e disse para que o rapaz ligasse
imediatamente para sua mãe.
Alberto
conversou com sua mãe, disse que não havia saído de Estrasburgo, e se desculpou
por não ter atendido o telefone antes. O rapaz acredita que a confusão possa
ter acontecido porque teve sua carteira de identidade roubada há alguns anos –
o que ele já havia denunciado na polícia.
Depois de
toda a confusão, Albero se disse muito desgastado, e que só queria que nada
disso tivesse acontecido.
[ElPais]
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