sábado, 25 de março de 2017

O homem que ‘ressuscitou’ no Facebook após os ataques em Paris



O mundo ficou chocado com os atentados terroristas que atingiram Paris no último dia 13 de novembro, levando dor e sofrimento para as famílias que tiveram parentes mortos durante os ataques. 
No entanto, uma família conseguiu respirar aliviada mesmo depois de ficar sabendo que seu parente tinha, supostamente, falecido.

Natural da Espanha, Alberto Pardo (33 anos) se surpreendeu quando entrou no Facebook no último dia 15 de novembro e se deparou com uma centena de mensagens de condolências e pêsames. “Nós vamos sempre lembrar de você”, dizia a maioria dos recados deixados na página do espanhol. Em 2012 ele havia saído de sua casa, em Pontevedra, no noroeste da Espanha, fugindo da crise social e política da sua terra natal. Foi pedalando até Limoges, na França, onde permaneceu por algum tempo, antes de se mudar definitivamente para Estrasburgo, onde encontrou uma namorada e passou a trabalhar como tradutor em um navio de turismo.

A grande confusão se deu quando as autoridades francesas incluíram o nome de Alberto 
Pardo Touceda na lista oficial de mortos durante os atentados da sexta-feira 13. A imprensa espanhola deu enfoque ao conterrâneo que supostamente havia sido assassinado nos ataques, e não demorou muito para que seus familiares ficassem apavorados.

Um dos parentes de Alberto ouviu a notícia em uma rádio local, e ligou rapidamente para a mãe do rapaz, Pilar Touceda. Ela ainda não sabia de nada, e inclusive disse, quando indagada, que seu filho estava bem, vivendo em Estrasburgo, não em Paris. Então, a familiar decidiu não contar por telefone a triste notícia.

Mas Pilar foi surpreendida por dois agentes que se apresentaram na porta de seu apartamento, comunicando a morte de seu filho Alberto. De acordo com eles, o rapaz estava assistindo ao show da banda Eagles of Death Metal, na casa de shows Bataclan. Não demorou muito para que parentes e amigos começassem a ficar sabendo do suposto falecimento.

Alberto não era um usuário ativo do Facebook, mas no dia 15, a rede social serviu para que ele informasse sua família de que estava vivo. Depois de ver as mensagens de conforto, o rapaz publicou (traduzindo para o português):
“Sei lá… Eu estou me vendo e acho que estou vivo… Mas se vocês continuarem escrevendo coisas tãos bonitas sobre mim talvez eu tenha de morrer para não deixá-los mal”.

Nos comentários, ele complementou: “Puxa, como é difícil desmentir a própria morte. Pensei em alguma brincadeira que pudesse fazer para marcar esse momento para sempre, mas acho que livrá-los dessa sensação de merd* é prioridade”. Uma de suas primas leu a mensagem e disse para que o rapaz ligasse imediatamente para sua mãe.

Alberto conversou com sua mãe, disse que não havia saído de Estrasburgo, e se desculpou por não ter atendido o telefone antes. O rapaz acredita que a confusão possa ter acontecido porque teve sua carteira de identidade roubada há alguns anos – o que ele já havia denunciado na polícia.

Depois de toda a confusão, Albero se disse muito desgastado, e que só queria que nada disso tivesse acontecido.



←  Anterior Proxima  → Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário




Postagens mais visitadas

Parceria com a TSE

Total de visualizações de página